As exportações catarinenses fecharam 2015 em US$ 7,644 bilhões, valor 15% inferior ao registrado em 2014. O resultado de Santa Catarina está alinhado com o desempenho nacional, que foi negativo em 15,1%.
Entre os dez principais produtos embarcados no Estado, os maiores recuos foram registrados pela soja, -30,1%, motores e geradores elétricos, -27,6%, e carne suína, -24,7%.
O frango, principal produto exportado pelo Estado, teve recuo de 16,2% na mesma comparação.
A única alta foi relatada pelo setor de móveis e madeira, que faturou 0,9% a mais.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 13 de janeiro, pela Federação das Indústrias de Santa Catarina - FIESC.
Com o resultado do ano ado, as vendas externas do Estado voltaram ao nível de 2010, quando o faturamento foi de US$ 7,582 bilhões.
“A principal explicação para a queda no valor das exportações catarinenses em 2015 é a redução dos preços no mercado internacional de itens relevantes em nossa pauta, como a carne e a soja”, explicou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.
Ele enfatizou que as maiores quedas foram registradas pelos produtos básicos, mas a indústria também diminuiu suas vendas, refletindo os problemas de competitividade do setor, que sofre com infraestrutura deficiente e carga tributária elevada. “A desvalorização da moeda brasileira em 2015 a a compensar um pouco essa questão, mas os reflexos na balança comercial só serão sentidos mais para frente, pois o fechamento de negócios no mercado internacional leva bastante tempo”, acrescentou.
IMPORTAÇÕES
As importações catarinenses em 2015 caíram mais do que os embarques, 21,3%, na comparação com o ano anterior, para US$ 12,613 bilhões.
A queda foi ligeiramente inferior à registrada no país, de 25,2%.
As maiores reduções foram registradas pelo cobre -41,9%, veículos e autopeças -31,5% e ferro e aço -26,6%.
Desta forma, após dois anos de alta, o déficit da balança comercial do Estado recuou no ano ado, para US$ 4,969 bilhões. O número é 29,3% menor que os US$ 7,031 bilhões de déficit, acumulados em 2014.
CONTEXTO
Em 2015, a indústria de carnes de Santa Catarina enfrentou aumento nos custos de produção, greve de fiscais sanitários e redução no poder de compra das famílias, mas a desvalorização cambial proporcionou aumento das receitas em reais.
No comércio exterior, o segmento sofreu com o fraco desempenho do mercado no Japão, Rússia e Europa. A abertura de novos mercados continua, mas ainda é alta a dependência do segmento para os principais clientes (Japão e Rússia representam mais de um quarto do total).
A redução no faturamento com soja foi determinada pela menor importação da China (principal destino do produto) e pela queda de preços internacionais. As receitas com a China diminuíram 29,4%, enquanto a quantidade vendida recuou 6%.
COMPRADORES
Estados Unidos lideram compras. A China, que havia chegado ao fim de 2014 ameaçando a liderança dos Estados Unidos, como principal comprador dos produtos embarcados em Santa Catarina, reduziu suas encomendas em 23,1%, para US$ 753 milhões, e se afastou do primeiro lugar.
Como os Estados Unidos reduziram menos suas compras de produtos catarinenses, 9,2%, para US$ 1,049 bilhão, consolidaram-se como principal destino dos embarques do Estado.
Com alta de 5,1% nos pedidos, para US$ 458 milhões, a Argentina assumiu a terceira posição no ranking. O país vizinho ultraou o Japão, que reduziu as encomendas em 31%, para US$ 365 milhões.
PERSPECTIVAS
As perspectivas para as vendas de carnes em 2016 são prejudicadas pelo menor crescimento dos mercados asiático e latino-americano, acompanhado pelo baixo dinamismo dos europeus. Os segmentos de máquinas e equipamentos, madeira, móveis e produtos cerâmicos devem ser favorecidos pela retomada do crescimento dos Estados Unidos, avalia Côrte.
Fonte: Ascom/FIESC
Fonte: Foto: Markito